sábado, 5 de dezembro de 2009

Loja de skate















Ninguem tem dúvida de que a função do sujeito que está atrás do balcão de uma loja é vender um produto. Mas também ninguém tem dúvida que o cara do outro lado do balcão, também conhecido como comprador ou consumidor, deseja um artigo, seja uma camiseta ou um eixo, que esteja, no mínimo, de acordo com a quantia desembolsada.
Para que o skatista saia da skateshop com a sensação de que valeu a pena comprar este e não aquele shape, estas e não aquelas rodinhas, não basta que ele saiba tudo sobre todos os lançamentos das dezenas de marcas que figuram nos mercados brasileiro e internacional. É preciso também que o relacionamento entre ele o lojista seja o mais transparente possível. Numa só palavra: Confiança.
E aqui não está se falando apenas sobre confiar na "cultura" do vendedor. Será que um vendedor extremamente bem informado sobre os mais diversos modelos de tênis e models de shape é garantia de respeito ao cliente? Infelizmente, a resposta é "não". Antes de tudo, a pessoa que trabalha na loja tem de saber conciliar (e muito bem) os interesses e usar seu conhecimento em favor do cliente.
Um garoto que entra na loja com o pai para montar o seu primeiro skate não vai chegar pedindo um shape de 80 por 19cm, um eixo com trave azul e roda 53mm. Quando muito, vai perguntar se a rodinha pequena é melhor que a grande. É mais fácil ele ficar indeciso entre um shape com desenho colorido e um que só tem o logo da marca, do que desconfiar que um eixo pode escorregar menos que outro.
Então, não adianta nada o vendedor dizer para o garoto que tal shape é muito bom porque é importado e feito com madeiras de uma árvore que só nasce no Canadá. É muito mais útil ele explicar o porquê de não ser tão vantajoso, para quem está começando, comprar equipamentos, digamos, muito "sofisticados". Empurrar qualquer peça ou parafuso que seja, por motivos óbvios, é nocivo. Saudável é saber diferenciar os clientes e indicar os produtos disponíveis na loja de acordo com a necessidade e o bolso de cada um.
Isso gera a já citada confiança e, consequentemente, uma boa relação com o skatista. O consumidor, além não se sentir lesado, aprende gradativamente a andar com as próprias pernas, a avaliar por si próprio qual o material mais adequado. E ele jamais se esquecerá onde é que ele pode exercitar, na prática, essa independência.

Texto por: Cauê Muraro
Retirado da revista 100%Skateguide.


S.K.A.T.E.P.A.R.A.S.E.M.P.R.E.